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Furacão Leslie: o pânico sentido no país

  • Ana Rui Pereira, Mariana Costa
  • 21 de dez. de 2018
  • 3 min de leitura

Foi no passado fim-de-semana, dia 13 de outubro de 2018, que se fez sentir Leslie, o nome dado ao furacão e ciclone tropical Atlântico, que atingiu Portugal Continental pela 3.ª vez, tendo sido esta a mais forte desde 1842.

Árvores caídas, estruturas danificadas, estradas cortadas, várias casas sem luz e internet. Viveram-se momentos de pânico. A tempestade provocou 28 feridos - três dos quais agentes da Proteção Civil, - 61 desalojados e quase 2000 ocorrências comunicadas à Proteção Civil.

Em algumas zonas de Coimbra não houve electricidade e a intensidade do vento começou a aumentar por volta das 22h45, mantendo-se muito intenso até as 23h30. Mais de 15 mil habitações estiveram sem fornecimento de energia elétrica, tendo algumas ficado sem água.

Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu cerca de 176Km/h, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Queda de árvores, estragos e desabamento de estruturas, invasão das avenidas junto ao mar por areia, caixotes do lixo, sinais de trânsito e outras estruturas a serem projetadas para o ar pelo vento forte foram algumas das ocorrências comunicadas pelos moradores às autoridades. Presenciou-se o caos total, mas pelas 22h45 já o vento tinha parado por absoluto na cidade.

Perante este cenário caótico, várias escolas na localidade viram-se obrigadas a fechar, por falta de condições de segurança para alojar os alunos no dia seguinte. Foram vários os estudantes que, não tendo aulas, ajudaram a limpar a sua localidade, Figueira da Foz.

O trabalho de limpeza ao longo da manhã de segunda-feira (dia 15 de outubro de 2018) decorreu no chamado Bairro Novo, zona maioritariamente turística onde se situa o casino, hotéis, restaurantes e bares. Os jovens deram uma volta pela cidade do distrito de Coimbra para identificar os “pontos mais críticos” e iniciaram os trabalhos, com a ajuda da Proteção Civil Municipal, que cedeu sacos, pás e águas aos voluntários.

Maria Simões, aluna daEscola Secundária Joaquim de Carvalho, foi uma das estudantes que, na manhã de segunda-feira, foi ajudar a limpar as ruas da cidade. Soube da iniciativa através de uma associação chamada Bonae Spei, sociedade cultural situada na Figueira da Foz que tem como objectivo divulgar e promover, junto dos jovens, programas de mobilidade e voluntariado, assim como incentivar a educação não formal e ajudá-los a adquirirem competências sociais e multiculturais que auxiliem na sua integração no mercado de trabalho.

“As ruas que limpámos estavam cheias de vidros e de pedras da calçada levantadas, assim como imensas telhas que voaram das habitações. Caixotes do lixo completamente derrubados, pedaços de persianas e, a última rua que limpámos, tinha tantos ramos de árvores derrubadas que quase não conseguíamos ver o chão”, afirma Maria.

Também a escola onde estuda sofreu grandes danos tendo ficado, maioritariamente, sem telhado e “com o portão torto e completamente derrubado. Alguns projectores e computadores também ficaram estragados”.

A Protecção Civil e Câmara Municipal foram um grande apoio a estes estudantes, que no fim disponibilizou pessoal para recolher os sacos do lixo que já se encontravam cheios.

Esmeralda Afonso, também aluna da ESJC (Escola Secundária Joaquim de Carvalho), deu o seu testemunho afirmando que uma das ruas mais afetadas era atrás do Hotel Mercure, onde “Grande parte dos vidros estavam caídos, partidos, juntamente com vários pedaços de metal e plástico”.

Estes alunos estiveram uma semana inteira a ajudar a limpar e a recompor algumas partes mais críticas da cidade. E mesmo com as aulas, os estudantes tentavam reconciliar e durante a tarde ajudavam a limpar, sendo que estiveram sem aulas até quarta-feira.

Uma das escolas mais afetada foi a ESJC, pois “Houve muitas telhas caídas, vidros partidos e algumas infiltrações”. O diretor da escola, Carlos Santos, fez de tudo para que a escola abrisse o mais rápido possível e funcionasse normalmente.

Também questionada sobre o local onde habita, Esmeralda respondeu que teve poucos danos em casa, mas que na zona de Cova-Gala “há habitações e infraestruturas danificadas” e que ainda hoje esperam uma intervenção do Presidente da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal da Figueira da Foz, por causa de todos os estragos da Margem Sul.

 
 
 

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