Inês Brás, uma jovem promessa no mundo da dança
- Rita Almeida
- 20 de jan. de 2019
- 4 min de leitura

A dança é uma das três principais artes cénicasda antiguidade, ao lado do teatroe da música. Para muitas pessoas, não passa de um hobby. Para outras, é um desporto. Para a Inês é a vida dela.
A Inês Brás é uma jovem promessa no mundo da dança, tem 18 anos, é da Figueira da Foz e está atualmente em Lisboa, a seguir o sonho da vida dela, a dança. Neste momento está no 1º ano da Universidade a tirar a Licenciatura em Artes Performativas (Dança; Música; Teatro; Produção e Realização Artística) na Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa onde, para além de dar continuidade na sua formação na dança, pretende adquirir conhecimentos académicos e artísticos de forma a alargar e enriquecer a sua experiência nestas áreas. Além disso frequenta diariamente uma Escola de Dança “Jazzy Dance Studios” onde pratica várias modalidades.
A paixão pela dança revelou-se em pequena e aos 4 anos a mãe inscreveu-a numa escola de dança, “onde da janela conseguia ver o campo de basquetebol com intuito de me fazer interessar por este desporto”, conta-nos a Inês, visto que esta, vem de uma família onde este desporto predomina, no entanto, a Inês foi a exceção à regra.
Logo após o primeiro contacto com a dança soube que seria o que queria fazer para o resto da sua vida, e como tal, decidiu investir. Esta decisão foi incentivada pela sua família, nomeadamente a mãe, tal como nos conta a Inês “A minha mãe foi sem dúvida a grande ajuda, teve a noção que uma vez que estaríamos a trabalhar praticamente sozinhas na construção deste meu sonho que seria muito trabalhoso, pois vivemos numa cidade pequena em que o ensino de dança é feito apenas como atividade extra curricular e não existiam escolas com o intuito de formar bailarinos profissionais.” Deparada com esta situação, a mãe de Inês dedicou-se ao estudo da dança, começando a observar com atenção e detalhe muitas coreografias e trabalhos de grandes nomes desta arte, de forma a tomar as decisões mais acertadas para a Inês conseguir vingar neste mundo.
Começa então a verdadeira caminhada da Inês no mundo da dança. Frequentou várias Master Classes e Cursos de dança e Workshops com professores e coreógrafos conceituados dentro e fora do país.
Com apenas 15 anos foi escolhida para fazer parte de uma Companhia de Dança Profissional na Póvoa de Varzim “Nós da Dança”. No ano seguinte foi aceite para fazer um Estágio Profissional no Reino Unido, na Escola de Dança “Northern Ballet School” em Manchester onde teve aulas de Dança Clássica, Dança Contemporânea, Nutrição, Condição Física, Sapateado, Jazz, Teatro Musical, Hip Hop, Aulas de Canto, Barra de Chão.
Além do seu percurso académico normal, frequentou o Ensino Articulado em Dança no Ensino Básico e o Curso de Ensino Artístico Especializado em Dança no Ensino Secundário pelo Conservatório David De Sousa onde obteve na Prova final de Aptidão Artística do 12º ano 19 valores, tendo consistido esta na elaboração de um espetáculo, coreografado e dirigido, única e somente pela Inês.
Tanto esforço, trabalho e dedicação não podiam ser em vão, e podemos constatar este talento para a dança pelos inúmeros prémios conquistados em vários concursos, dentro e fora do nosso país. Entre muitos destacamos: Prémio Bailarina Revelação, 1º Lugar no Solo de Jazz e Prémio Coreografia Revelação International Dance Competition Festival Norte Dança; três 2º lugares, um 3º e 4º lugar no Dance World Cup, realizado em Portugal e Espanha; dois 1º lugares no Festival Norte Dança 2019 ainda o prémio mais importante da competição, o Prémio Especial de Melhor Bailarino de todo o concurso; mais recentemente, ficou em 4º lugar no 4º Seat Online Dance Challenge By Cifrão. Para além destes prémios, a Inês foi presenteada com várias bolsas de estudo, espalhadas pelo mundo todo, nomeadamente Inglaterra, Brasil, Espanha, Estados Unidos e Itália.
Quando confrontada com a pergunta “Preferes ficar em Portugal, ou ir para o exterior?” a Inês confessa “Há alguns anos a resposta poderia ser diferente pois, felizmente a dança começa a crescer no nosso país e somos nós que teremos de conseguir projetar a cultura e no meu caso em particular na área da dança fazendo algo de bom por cá, porque se todos pensarmos e fizermos igual e trocarmos o nosso país pelo exterior nunca haverá uma evolução, reconhecimento e apoio estatal como existe noutros países. O que ainda vejo é aquele pensamento de que “o que é feito no exterior é sempre melhor", mas não fazemos nada para mudar isso. Acho muito importante para um bailarino essa experiência porque quebramos barreiras e abrimos a mente para novas formas de aprendizagem, aprendemos outros idiomas, convivemos de forma próxima com pessoas de culturas diferentes da nossa e isso irá desenvolver um senso crítico a respeito pelo país onde vivemos”. Apesar de tudo, nunca coloca de parte a possibilidade de fortalecer aprendizagens também lá fora, mas por curtos prazos de tempo (pensando fazer Erasmus no último ano da Universidade).
Apesar dos diversos feitos já atingidos a Inês tenciona ser bem-sucedida nesta profissão que escolheu e trabalhar em companhias de dança. Mais tarde, depois de explorar o lado de bailarina profissional, pretende lecionar dança e artes performativas e desenvolver projetos que dignifiquem a dança e as artes. Abrir sua escola de dança e talvez criar uma companhia profissional de dança que leve a conhecer a nossa cultura pelo mundo fora. A sua “cereja no topo do bolo” seria deixar o seu nome na dança do nosso país e no mundo.
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