Viagem ao Alpe "Toblerónico"

Zermatt

Já uma mão cheia de meses passou e ainda não há cidade que defina melhor a sua qualidade não através do tamanho dela e da quantidade das pessoas mas sim em fatores ambientais, económicos e paisagísticos. No entanto, para lá chegar, não foi fácil, mas também se assim o fosse não seria tão compensador.

Localizada abaixo de Matterhorn, a famosa montanha que dá imagem ao reconhecido chocolate Toblerone, Zermatt é uma cidade fundamentalmente turística, tanto no que diz respeito a visitas como a pessoas que lá moram, sendo um terço das pessoas natural de Zermatt e 50% da população total, 5,714 habitantes, portugueses.

No entanto, o que mais atrai as pessoas a este sítio não é a panóplia de restaurantes nem a diversidade de hotéis, apesar de estes funcionarem como uma espécie de “bónus”. O que realmente causa interesse aos turistas é a subida a Matterhorn.

Acessibilidade

A pequena aventura antes da grande. Foi assim que defini a viagem de comboio necessária para chegar a Zermatt. Para além da viagem de carro até à estação cuja companhia foi Radio Chablais, rádio suiça, ainda nos deparámos com as clássicas vistas da Suiça, enormes montes verdes, vastos prados e pastos e casas de madeira que causavam uma enorme vontade de lá viver a quem passava por elas.

Assim que cheguei, mal sabia que ficaria tão impressionado antes de chegar sequer ao destino final, Zermatt. Isto porque a estação era tanto esteticamente impressionante como era maior que qualquer estação portuguesa e tinha viagens com apenas uma chegada, Zermatt!

Após o espanto da entrada na estação e observar por inteiro a mesma, rapidamente quisemos apanhar o próximo comboio para ver o que mais este dia nos reservaria.

Viagem

Pouco tempo estivémos dentro da estação pois a vontade de visitar a cidade era imensa, assim como a das outras pessoas que ali se encontravam na mesma situação que nós. Pessoas essas que nos fizeram imediatamente perceber que as visitas à cidade dividiam se entre os turistas que iam visitar Zermatt e os que iam praticar Ski.

Iamos nós para o primeiro, com uma fé interior que no futuro dê para ir o segundo. Quando descobrimos quando chegava o próximo comboio, fomos em direção às linhas.

Comboio

Após uma pequena espera, o meio de transporte chegou e a nossa curiosidade ainda mais se espevitou. Entrámos no comboio e, há quem diga que é mentira, mas aquele comboio, a mim, cheirava me a toblerone. Não sei se era um cheiro real, se era um cheiro proporcionado por alguém que estava a comer um toblerone ou se era um misto disto tudo e ainda uma enorme fome da minha parte, que rapidamente foi saciada assim que chegámos à cidade.

Chegada

Após curta viagem, chegámos à cidade do “ ar puro “, isto porque todos os veiculos são elétricos e há até uma maior afluência de bicicletas do que de carros. Mas o que normalmente mais se vê são pessoas a andar a pé, a cidade não é muito grande e parece que está tudo “à mão”, o que é sempre bom.

Poluição de Transportes

Rapidamente nos apercebemos também que a maior parte dos veiculos pesados era meio de transporte para as malas dos turistas e muitas vezes funcionava portanto como apoio ou como comércio. Os únicos veiculos de combustão eram os de urgência, como bombeiros ou ambulâncias. Mas, até veiculos como camiões do lixo eram livres de combustão. Isto, juntamente com outros fatores, ajudava à pouca poluição desta cidade.

Estação até Matterhorn

Imediatamente após a chegada deparámos-nos com a estação onde se apanhava o comboio para subir até à montanha Matterhorn. Aguardámos um pouco para ver se ainda conseguiamos assistir à partida do comboio. Não sei do que mais me arrependi, de não ter entrado neste comboio ou de não ter comido um Toblerone em frente a Matterhorn que dá imagem a este chocolate.

Castores

Já a meio da travessia deparámos nos com uma estátua em honra a um animal cuja fama tem dois lados : O lado dos turistas, que adoram os castores e o lado dos moradores, que os odeiam pois estragam a madeira das casas e a horta dos agricultores.

Viemos a descobrir que é um confronto entre turistas e moradores/agricultores em relação à caça destes animais, pois a mesma anda cada vez mais a ser frequente para estabilizar a população de Zermatt.

Mais especados ficámos a olhar para a estátua depois de descobrir isso e admirámos quanto história uma simples estátua continha.

Hóteis e Restaurantes

Foram muitos aqueles por que passamos mas poucos os que me motivaram esteticamente para tirar fotografia. No entanto, se há algo que não falta nesta cidade, é restaurantes e hóteis, isto porque a afluência de turistas é imensamente alta.

Mas também, é mais que compreensível, quem não quereria passar umas férias relaxantes numa cidade onde mal há barulho e onde tem tudo ao alcance de 2 km?

Ulrich Inderbinen

Estávamos a chegar ao fim da visita pela cidade quando me deparo com uma vista fabulosa que me inspirou imediatamente para uma fotografia. Mal sabia que ficaria mais inspirado depois de ouvir a história de um homem que “dominou” a montanha presente na foto. Quem mais senão Ulrich Inderbinen, um alpinista que nasceu em 1900. Subiu o Matterhorn a primeira vez com 21 anos. Continuou a fazê-lo até aos 96 anos, depois de sofrer uma lesão. Morreu aos 104, em 2004, mas deixou um legado enorme e imbatível, ao subir um dos maiores alpes suiços, Matterhorn, umas incríveis 371 vezes. Se Zermatt tem um herói, é definitivamente ele.

"Visíta Imperdível"

Aqui fica publicada a minha visita a Zermatt. Espero que tenham desfrutado desta mini viagem virtual e se não vos convenci a visitar a cidade com o que contei e as fotos, espero que esta ainda consiga fazer o truque. No entanto, se de facto ficaram cativados e acham algumas fotos interessantes, então aconselho vivamente mesmo a irem lá ver com os vossos olhos, porque nunca vi cidade tão simplista que tivesse toda a sua qualidade nessa caracteristica tão... simples.

#ESEC #Reportagem